terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Década perdida e o ajuste neoliberal

Se a década de 70 na América Latina pode ser caracterizada como a década do endividamento, os anos 80 se caracterizaram como os anos da crise, e também é marcada pelo processo de redemocratização. Já os principais fatos que marcaram e projetaram mudanças políticas na América Latina, durante a década de 90, tanto no âmbito político, como no econômico, encontram-se, em sua maioria, relacionados à ofensiva das políticas de cunho neoliberal que, neste período, avançaram significativamente nos países latino-americanos. Tais políticas, como se sabe, preconizam o conceito do Estado mínimo; o plano político e econômico se sobrepondo ao social; a descentralização, privatização e focalização das políticas sociais (pois as mesmas são vistas como o principal vilão dentro do contexto de extrema dificuldade do setor da economia), tendo os movimentos sociais potencial de relevância no que diz respeito à universalização das políticas públicas e uma maior democratização.

Já o Brasil no inicio dos anos 80, a dívida externa pública crescente, que financiava déficits públicos cada vez maiores, transformou-se em crise fiscal do Estado. Em 1989, com a eleição de Fernando Collor de Mello, tem-se o fim de um ciclo de confronto entre o projeto neoliberal e o socialismo democrático, sendo vitorioso o projeto neoliberal que propunha o livre mercado e menos Estado. O projeto neoliberal, que saíra vitorioso das urnas brasileiras graças, em grande medida, ao emprego político de técnicas semióticas de produção de subjetividades - operadas em particular pela TV Globo - implantou-se no Governo Collor, apresentando-se como um programa de desenvolvimento e modernização e provocando significativas mudanças na economia do país. 

Ao analisar o quadro geral apresentado nestes períodos – caracterizado pela instabilidade financeira global, a queda dos indicadores sociais, o aumento do desemprego e a lentidão do crescimento econômico – percebe-se que o mesmo não foi favorável às políticas neoliberais. O crescimento da economia latino-americana em taxas muito baixas resultou em um aumento das disparidades observadas entre a América Latina e os países desenvolvidos

Em cada país, um "mosaico de respostas específicas a estruturas políticas decadentes e aos cada vez mais altos níveis de desigualdade social e exclusão social". Em termos de governabilidade, estamos atravessando um momento extraordinariamente difícil devido ao desmoronamento dos partidos tradicionais, as corrupções praticadas por políticos e o surgimento de movimentos sociais.


REFERÊNCIA


MARANGONI, Gilberto. Anos 80, década perdida ou ganha? Disponível em: 

<www.controversia.com.br/uploaded/pdf/16447_ipeagovbr-anos-1980-dcada-
perdida-ou-ganha.pdf>


ROCHA, Mauricio. Democracia e Política Externa no Cone sul da América 
Latina. Disponível em: 
<http://www.becanestorkirchner.org/papers/Paper_Portugues-
Mauricio_Santoro_Rocha.pdf > 

LIMA, Andre Lucia de Souza. A ascencao dos governos de esquerda na America Latina no seculo XXI. Disponivel em: <http://br.monografias.com/trabalhos2/ascencao-governos-esquerda/ascencao-governos-esquerda.shtml>


NEOLIBERALISMO


HISTÓRIA DO BRASIL POR BÓRIS FAUSTO - REDEMOCRATIZAÇÃO

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

A Revolução de 1968: o movimento estudantil francês e seu eco nas Manifestações no Brasil em 2013



Caro leitor, nesta publicação, trataremos a cerca da Revolução de 1968. De inicio é importante ressaltarmos que em maio de 1968, uma greve geral irrompeu na França. Esta paralisação rapidamente adquiriu significado e magnitudes revolucionárias. Para muitos historiadores essa insurreição é considerada como o evento revolucionário mais importante do século XX, esta importância dada à revolução de 1968 é a atribuída ao fato de que este levante contou com a participação maciça das camadas populares, superou barreiras étnicas, culturais, de idade e de classe. Os ecos da Revolução de Maio 1968 atingiram vários movimentos de contestação que aconteceram nos anos posteriores a 68 e ainda são sentidos inclusive no século XXI. 

O estopim da revolução de maio 68 foi uma cadeia de agitações entre estudantes e autoridades da Universidade de Paris, em Nanterre. A medida adotada pela administração, de fechar a universidade e expulsar os estudantes acusados de liderarem o movimento contra a instituição provocou a reação dos alunos da Universidade de Sobornne. Que saíram as ruas para protestar contra a situação vivida pelos estudantes da Universidade de Paris. Entretanto os protestos foram violentamente reprimidos pela policia francesa, a repressão aos protestos dos estudantes acabou por aumentar a importância das manifestações que receberam apoio de diversos seguimentos da sociedade francesa. Ao prestarem seu apoio à causa dos estudantes, os diversos seguimentos sociais que se incorporaram ao movimento deram a prova de que diferentes grupos podem lutar por objetivos únicos. A superação das barreiras étnicas, culturais, de idade e de classe, se constituiu como o grande legado da Revolução de 1968.

O legado da Revolução de 68 permanece vivo e influenciando movimentos sociais mesmo depois de passados 40 anos. Um exemplo claro disso pode ser percebido quando analisamos os Protestos no Brasil em 2013, uma característica dos protestos do Brasil com relação à aos protestos dos estudantes franceses em 68. E o da participação maciça das camadas populares, que deixaram de lado suas divergências politicas, sexuais, religiosas, classes, idade, étnicas e culturais. Nas manifestações do Brasil que se iniciou primeiramente por conta da contestação do aumento das tarifas de transporte que aconteceu em todo o país e gerou descontentamento quase que geral da população brasileira.


  Manifestação em São Paulo no dia 20 de junho, na Avenida Paulista
Mais de 100 mil manifestantes se reuniram no centro do Rio de Janeiroda Avenida Rio Branco até a região da Cinelândia.

Na medida, que as manifestações foram ganhando mais adeptos, foi crescendo o número de manifestações em todo o Brasil, e o movimento que surgira por meio de protestos contra o aumento da tarifa de transportes. Tornou-se plural e passou a reivindicar melhorias na saúde, educação, segurança, moradia etc. Os manifestantes brasileiros não deixaram de expressar sua indignação contra a corrupção. Os movimentos foram duramente reprimidos pela polícia. Mas no geral as manifestações no Brasil em 2013 obtiveram grandes conquistas e nos mostram como que as diferenças podem e devem ser deixadas de lado quando se luta por um bem maior. 

REFERENCIAS

1968 - A Revolução Inesperada. 
Disponível em: <http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/1968.htm>

O que foi o Movimento de Maio de 68 na França? 

A Amazônia na Guerra Fria: meio ambiente, desenvolvimento e soberania


A Amazônia sempre despertou interesses os mais variados, não apenas dentro do país e do continente sul-americano, mas de todo o mundo. A vastidão do território, com baixa concentração demográfica, as grandes florestas, a diversidade da fauna e da flora, as populações silvícolas, as belezas naturais, aqui incluindo o próprio rio Amazonas, não se descuidando das riquezas minerais aí existentes, em conjunto esses elementos converteram a região em um lugar misterioso, exótico, dando asas à imaginação popular. (MIYAMOTO, Shiguenoli)
Com o fim da Guerra Fria, os Estados Unidos assumiram a posição de única superpotência. A soberania das nações ficou ameaçada por uma política agressiva, associada a um processo avassalador e assimétrico de globalização econômica e cultural: poucos globalizam e muitos são globalizados.

A construção da Amazônia como uma região cuja importância a coloca fora das definições e normas da soberania nacional talvez sirva, para perpetuar às ansiedades brasileiras para com a cobiça internacional a tendência a tratar a Amazônia como uma fonte de recursos internacional ou ainda mundial. Aliás, como se é visto os recursos naturais da Amazônia são inesgotáveis, e o que a região oferece a qualquer pessoa com habilidade, capital e, sobretudo, tecnologia a possibilidade de explorá-los. Obviamente, este estoque infinito de recursos livra o empresário de qualquer preocupação com a questão da preservação ambiental. 

Por seu potencial biológico e mineral, a Amazônia tem sido vista como reserva estratégica mundial. Pressões econômicas e ataques políticos são frequentes. As riquezas da região, mais do que as preocupações ecológicas, levam os países desenvolvidos a contestar nossa soberania, sob o pretexto de proteger o interesse coletivo e preservar o meio ambiente, evitando o desflorestamento e as alterações climáticas e meteorológicas. Sendo que o Brasil tem todas as condições para definir um projeto racional de desenvolvimento, ocupar e desfrutar as riquezas da região. Não é necessário abrir mão da nossa soberania para se realizar uma ocupação inteligente, economicamente viável e ambientalmente sustentável. Ao contrário: essa é a forma de neutralizar as pressões internacionais que se escondem por trás de certos discursos.

Não podemos nem precisamos abandonar a ideia de desenvolvimento. Nem devemos, por outro lado, defender o desenvolvimento feito a qualquer custo ambiental, como se ele fosse um exercício legítimo de soberania. E a resposta brasileira de afirmação soberana tem de ser a implementação de um processo de desenvolvimento sustentável. É evidente que existem inúmeros obstáculos, de formulação e de execução, mas também existem aparentes potencialidades para superá-los. Sendo que o principal desafio como expõe Marcio Henrique, em seu livro Amazônia: Soberania e Desenvolvimento Sustentável, é compatibilizar interesses legítimos, em uma sociedade estratificada e heterogênea, com um projeto de desenvolvimento sustentável. Desta forma Marcio define o desenvolvimento sustentável na Amazônia como se tratando: 
(...) de um modelo de produção e ocupação da região que minimize os impactos ambientais negativos e o desperdício de recursos; respeite o clima e as populações locais; desenvolva e explore racionalmente as riquezas existentes. Mais fácil falar do que de fazer.
É fundamental zelarmos pela soberania e pelo desenvolvimento nacional, lançando as bases de um desenvolvimento que seja civilizatório. Definir um modelo de desenvolvimento que não desperdice recursos valiosos é um desafio que só pode ser vencido com uma política criativa e uma coerente ação de Estado. O desenvolvimento sustentável da Amazônia brasileira é o principal instrumento para a defesa da soberania. 


REFERENCIAS
CASTRO, M. H. M de. Amazônia: Soberania e Desenvolvimento Sustentável. Brasília, DF: Confea, 2007. Disponível em: < http://www.confea.org.br/media/Livro_Amazonia.pdf >

MIYAMOTO, Shiguenoli. Amazônia, Política e Defesa. Disponível em: < http://www.ufpa.br/obed/pdfs/amazonia_politica_defesa.pdf >

WEINSTEIN. Barbar. Modernidade tropical: visões norte-americanas da Amazônia nas vésperas da Guerra Fria. Revista do IEB. n 45, p. 153-176. set 2007. Disponível em: < http://www.revistas.usp.br/rieb/article/view/34587 >

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Descolonização afro-asiática: Terceiro Mundo


A principal consequência do processo de descolonização afro-asiática foi a criação de um novo bloco de países que juntamente com a América Latina passaram a compor o Terceiro Mundo, que segundo Elisa Reis em seu texto As transições do Leste e do Sul, diz que “antes de tudo, a expressão acabou mais por denotar "atraso" do que por designar um grupo de sociedades que se enquadrassem em um terceiro caminho alternativo para a modernização, conforme o emprego original do termo”, deste modo o bloco foi formado por todos os países subdesenvolvidos, caracterizados por seu combate ao subdesenvolvimento, a dependência e o neocolonialismo.

Essa denominação deve-se ao fato de que os países originados a partir desses processos de independência acabaram por manter vínculos de dependência econômica com os países capitalistas desenvolvidos (Primeiro Mundo) ou com países socialistas desenvolvidos (Segundo Mundo). 

Essa disparidade gerou uma situação de dependência econômico-financeira dos países do Terceiro Mundo em relação aos países mais ricos, que se traduz na necessidade de obtenção de empréstimos e financiamentos, de investimentos de capitais e de aquisição de tecnologia.

Chegar ás regiões afro-asiáticas, os países industrializados não respeitaram os limites milenares e tradicionais, criando fronteiras artificiais (Partilha Afro-asiática) provocando uma mistura de povos e grupos tribais, raças e religiões que após a independência levará esses novos países a uma série de conflitos observados atualmente. A permanência dos europeus nessas áreas, subverteu a cultura desses povos, contaminando-a com costumes, comportamentos e hábitos de consumo burgueses ocidentais .

Referencias

REIS, E. As transições do Leste e do Sul. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol6, n 12, 1996. 

BRANCO, E. L. C. Descolonização Afro-Asiática. Disponível em: <http://www.eduquenet.net/descolonizacao.htm>

Descolonização da Ásia e da África. Disponível em: <http://www.coladaweb.com/historia/descolonizacao-da-asia-e-da-africa>

domingo, 5 de janeiro de 2014

A propaganda política no mundo Bipolar da Guerra Fria


A Guerra Fria se iniciou após o término da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), em que as duas grandes potencias vencedoras irão ingressar num conflito ideológico em busca de uma hegemonia politica mundial, na qual cada país buscava a consagração do seu sistema político e econômico. De um lado os Estados Unidos da América (EUA) e do outro a União Soviética (URSS), sendo respectivamente um capitalista e o outro socialista.  

A Guerra Fria se manifestou em todos os setores da vida e da cultura, representando a oposição entre dois ideais de felicidade: o ideal socialista e o ideal capitalista. Os socialistas idealizavam uma sociedade igualitária. O Estado era o dono dos bancos, das fábricas, do sistema de crédito e das terras, e era ele, o Estado, que deveria distribuir riquezas e garantir uma vida decente a todos os cidadãos. Para os capitalistas, o raciocínio era inverso. A felicidade individual era o principal. O Estado justo era aquele que garantia a cada indivíduo as condições de procurar livremente o seu lucro e construir uma vida feliz.¹ http://tvcultura.cmais.com.br/aloescola/historia/guerrafria/guerra1/descricaopanoramica2.htm

Durante esse período de bipolarização ocasionada pelas desavenças entre o capitalismo (liderados pelos estadunidenses) e o socialismo (liderados pelos soviéticos), e como diz Eduardo Gomes em sua tese A Guerra Fria no cinema Hollywoodiano, "o poder supremo se dividiu na logística das armas e na logística das imagens e dos sons", pois nenhum país poderia ser ao mesmo tempo capitalista e comunista. Desta forma Eduardo afirma que se deu origem a maior ferramenta ideológica da Guerra Fria: a propaganda.

A propaganda durante a Guerra Fria se esforçava para provar a superioridade de cada sistema proposto por cada país divergente. Com o intuito de mostrar e influenciar os seus cidadãos, utilizavam-se de meios como: caricaturas, filmes, imagens, vídeos, que mostravam ora os seus próprios avanços e ora denegriam seu adversário.

O cinema e os gibis foram os mais explorados. No cinema temas como espionagem foram os mais abordados pelas potencias em conflitos. O filme Agente James Bond-OO7, o espião mais famoso das telinhas de cinema, se tornou um clássico, pois fazia alusão a CIA (Agência Central de Inteligencia, EUA), que foi criada em 1947, e em 13 de março de 1954 surgiu o KGB (Comitê de Segurança do Estado, URSS), ambas para manter a integridade das informações e o sigilo dos projetos em meio a Corrida Armamentista e Espacial, surgindo assim as agencias de espionagem, que era também uma necessidade ardilosa para vigiar os avanços do inimigo. 
O inicio do filme é marcado por dois punhos calçados
com duas luvas de boxe. De um lado a bandeira dos
EUA, símbolo do capitalismo, e do outro a bandeira da
URSS, símbolo do socialismo.

Outro filme bastante conhecido também é do Rocky IV, em que acontece uma luta entre o Rocky Balboa (americano) contra o Ivan Drago (russo). No decorrer do filme percebe-se que se ressaltam as divergências entre as duas potencias que são representadas por esses dois lutadores de boxes, as trocas de olhares de ódio alimentando a sede de vingança, retratam a rivalidade das nações. No final, Rocky vence a luta, representando portanto a vitória do capitalismo sobre o socialismo.
Quarteto Fantástico
Capa do n. 1 de O Incrível Hulk

Uma nova onda de super-heróis surgiu nos gibis norte-americanos. Destaquei dois dos vários personagens que fizeram sucesso, são estes o Quarteto Fantástico e o Incrível Hulk. O próprio surgimento do Quarteto Fantástico faz referência à Guerra Fria. No início da história, pouco antes de os quatro futuros heróis viajarem para o espaço, a narração menciona que os EUA estão numa corrida espacial com uma potência estrangeira, essa potência seria a URSS. Já o Incrível Hulk, segunda criação da parceria Stan Lee-Jack Kirby, também refletia o contexto da Guerra Fria. Desde o Projeto Manhattan (o qual desenvolveu as bombas atômicas que foram lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki), os físicos nucleares tinham "importância estratégica" para o governo dos EUA. Outro elemento da Guerra Fria presente na saga do Hulk é o espião iugoslavo. Naquela época, histórias de espionagem eram comuns tanto na ficção quanto na realidade. Em suas primeiras aventuras, o Hulk enfrentou vários vilões comunistas, mas havia igualmente críticas aos EUA. Em muitas histórias do Hulk, o inimigo era o próprio Exército norte-americano, sempre perseguindo o gigante verde. E não se deve esquecer que o Hulk era um monstro criado pelo horror atômico. 


Percebemos que as propagandas eram um forte meio de propagação para influenciar os cidadãos de que o capitalismo ou o socialismo, era o sistema que trazia equilíbrio e a prosperidade para o mundo, pois no lugar dos mísseis, disparavam as "suas verdades ideológicas" e estas por sua vez, mexiam com a imaginação das pessoas, criando preconceitos, suscitando ódio e ansiedade. Meio esse que se pode facilmente manipular os fatos e transforma-los conforme o interesse de quem os quer divulgar e para quem quer os direcionar, manipulação essa cometida ainda nos dias de hoje.


Referencias
VILELA, Túlio. Quadrinhos e Guerra Fria: gibis retratam o conflito entre EUA e URSS. Disponível em : http://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/quadrinhos-e-guerra-fria-gibis-retratam-o-conflito-entre-eua-e-urss.htm#fotoNav=5


SANTIAGO, Roberval S. Cartoons e propaganda politica. Revista Espacialidades [online]. 2009, vol.2, nº1. Disponível em: http://cchla.ufrn.br/espacialidades/v2n1/roberval.pdf


LUCENA, Eduardo G. A Guerra Fria no Cinema Hollywoodiano. Brasília. out, 2006. Disponível em: http://repositorio.uniceub.br/bitstream/123456789/1387/2/20316900.pdf

sábado, 4 de janeiro de 2014

A Segunda Guerra Mundial: Operação Barbarossa



Prezado leitor esta publicação trata questões a cerca da Segunda Guerra Mundial, uma guerra que traz-nos grandes inquietações pela complexidade de seus inúmeros eventos. A Segunda Guerra Mundial que durou de 1939 a 1945, foi marcada pelo elevado número de conflitos bélicos, por suas chacinas, pela truculência, pelo holocausto, pelo uso de armas atômicas e morte de milhões de pessoas. Dentre as múltiplas questões e fatos históricos a serem abordados no período que corresponde a Segunda Guerra Mundial, centrar-nos-emos na questão da Operação Barbarossa. 

A Operação Barbarossa que se iniciou em 22 de junho de 1941 tinha como principal objetivo a invasão militar das tropas alemãs a União Soviética, está operação é considerada a maior e mais feroz campanha militar da história em termos de mobilização de tropas e baixas sofridas. “Desde março de 1941 havia sinais claros de que Hitler estava se preparando para a guerra contra a União Soviética, considerada o verdadeiro grande inimigo da Alemanha nazista.” (TOTA, 2006: 367). Por isso a Alemanha buscava erradicar o socialismo e o comunismo na sua origem. 

Hitler via a União Soviética como “(...) o local perfeito para abrigar o coração do Reich: havia espaço de sobra para cultivar e plantar, recursos naturais e matérias primas em abundância para alimentar a indústria alemã.” (GOMES: 2009; 33). A operação Barbarossa pôs fim a um período curto de tempo de quase dois anos sem guerras internas, na Europa Ocidental devido ao pacto de não agressão firmado entre Hitler e Stalin. Com a ruptura do pacto de não agressão inicia-se um período de muitas batalhas. No inicio operação Barbarossa a Alemanha impôs derrotas violentas ao exercito vermelho. Ao mesmo tempo em que os alemães colecionavam vitórias, eles também sofreram pesadas baixas. 

As vitorias alemãs conquistadas em setembro de 1941 foram importante para consolidar suas posições em território inimigo, entretanto estas conquistas se deram mediante a perda de um elevado numero de soldados. Os combates em Smollenks, Kiev e Leningrado para alguns autores, representou o divisor de águas da operação Barbarossa. Os diversos erros de planejamento cometidos por Hitler resultaram no fracasso da operação Barbarossa. Mesmo não alcançando o objetivo de conquistar por completo o território inimigo, as tropas alemãs conseguiram conquistar importantes áreas econômicas do território soviético. 

As portas de Moscou o exército Alemão sofreu com o rigoroso inverno russo impôs duro castigo as tropas alemães que não estavam preparadas para lutarem em condições climáticas tão adversas. Outro fator determinante para a derrota alemã foi o fato de que a indústria soviética intensificou sua produção de tanques que propiciou o crescimento significativo do numero de tanques soviéticos utilizados para infligirem o golpe que pôs fim à operação Barbarossa.

Referências

GOMES, Beto. Operação Barbarossa. SUPER Interessante, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, edição 27, p.31-59, fev. 2009. 

TOTA, Pedro. Segunda Guerra Munidal In: História das guerras / Demétrio Magnoli, organizador. 3. ed. São Paulo : Contexto, 2006.

Curiosidades da Segunda Guerra Mundial: Ilusionismo como tática de guerra.
Maskelyne: Um mágico no front 

Jasper Maskelyne era um mágico, que no começo recebeu a missão de entreter as tropas na Segunda Guerra Mundial. Porém, graças aos seus truques de ilusionismo, ele enganou as forças do Eixo comandadas pelo general Rommel e ajudou a salvar vidas, Saiba como.

Veja também alguns cenários da Segunda Guerra Mundial e estes como estão hoje. Mesclados em uma única foto. 
Sergey Larenkov é um fotógrafo que foi bastante afetado pela Segunda Guerra Mundial. Em seu blog, ele publicou colagens de fotografias históricas da guerra mescladas com fotos atuais dos mesmos lugares.
Para criar essa coleção, Sergey teve que viajar para vários locais que foram cenas de batalha da Segunda Guerra para fazer as fotografias de como os locais estão hoje e combinar com suas fotos históricas. Paris, Berlim,  Moscou, foram alguns dos alvos do artista.
Confira a excelente coleção e faça um passeio histórico!
Minsk 1941-2013
1- Os nazistas chegam à cidade
 
Fortaleza de Brest, 1941-2013
2- Nazistas na ponte da Fortaleza
 
Smolensk 1941-2013
3- Nazistas nas escadas em frente à Catedral da Dormição
4- Ato da milícia para defender a Capital
5- Anúncio sobre o ataque alemão

Stalingrado 1942-1943 – Volgogrado 2013

6- Hotel antes de um ataque aéreo
7- Praça da Estação Ferroviária. Fonte “Dança das Crianças”

Yalta 1944-1945-2012
8- A Conferência de Yalta
9- Rua Mehringdamm
10- Tanque soviético IS-2

Paris 1940-1944 – 2010

11- Tropas americanas na Avenue des Champs-Élysées
12- Hitler diante da Torre Eiffel
13- Hitler e outros líderes no Trocadero

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A Guerra Civil Espanhola: Ensaios para a Segunda Grande Guerra Mundial

Caro leitor nesta postagem, abordaremos um período importantíssimo para se compreender o tema da próxima postagem que será a Segunda Guerra Mundial, mas antes de acompanharmos o desenrolar da Segunda Grande Guerra, queremos centrar nossa atenção no período conhecido como “Entreguerras” (1919 – 1939). “(...) esses vinte anos foram terrivelmente inquietos. e incertos, com muito poucos instantes de verdadeira paz.” (BRAUDEL, 1951 : p. 235). Este período e marcado por tensões que culminaram na Segunda Grande Guerra Mundial. Dentro de uma gama vastíssima de acontecimentos, ou melhor, dizendo de marcos cronológicos passíveis de analise no entreguerras, optamos por centrarmos nossa atenção sobre a Guerra Civil Espanhola (1936 – 1939). Dadas às devidas ressalvas acompanhemo-nos o desenrolar deste evento histórico nas próximas linhas.

A Guerra Civil Espanhola foi o evento que serviu como uma espécie de teatro de ensaio para a Segunda Guerra Mundial. Segundo Ferreira “O conflito tem origem na crise econômica espanhola, que, entre 1929 e 1936, impulsiona grande número de greves, manifestações e levantes de direita e de esquerda.” (2008). Durante este acontecimento histórico vemos o embate das correntes ideológicas que se afrontariam durante os anos de 1939 a 1945 fascismos e democracia. 

Para Visentini e Pereira “A Guerra Civil Espanhola constituiu um exemplo das misérias e grandezas da época. A luta encarniçada entre espanhóis envolveu outros povos, para os quais se tratava de uma luta entre o fascismo e a democracia.” (2006: p. 190). Além da entrada em cena de conflitos políticos e ideológicos durante a guerra civil espanhola, vemos também serem testadas armas que viriam a serem utilizadas em larga escala durante a Segunda Guerra.

Além da Guerra Civil Espanhola representa o primeiro embate entre as correntes ideológicas que se digladiariam durante a Segunda Guerra, outro ponto que podemos ressaltar é o grande número de mortos cerca de 400 mil pessoas perderam suas vidas durante este período cruel e violento da História contemporânea da humanidade. Entretanto este número elevado de mortes, não chegaria nem perto do número de pessoas que estavam para perder suas vidas durante a Segunda Guerra Mundial. Desde já convidamos você leitor a nos acompanhar na postagem seguinte onde veremos os desdobramentos dos embates que se iniciaram na Guerra Civil Espanhola. Até breve!

Referências

BRAUDEL, Fernand. A falência da paz: 1918-1939. Conferência pronunciada na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Revista de História, São Paulo, n. 6, 1951.

FEREIRA, Paulo Silva. GrupoEscolar.com: http://www.grupoescolar.com/pesquisa/a-guerra-civil-espanhola-19361939.html > acesso em 12 / 12 / 2013.

VISENTINI, P. As disputas com os novos projetos estratégicos (1914-1945). In: VISENTINI, Paulo & PEREIRA, Analúcia. História Mundial Contemporânea. (1776 -1991). Brasília: IBr, 
2006.


VOCÊ SABIA?

Os trágicos acontecimentos da Espanha da década de 1930 tiveram impacto internacional e inscreveram-se de maneira marcante na memória coletiva, em parte por força das representações construídas no cinema, literatura e artes plásticas. Em destaque tem-se a obra magistral de Picasso, chamada
Guernica. 

Para realizar esta obra, Picasso recorreu das fotografias publicadas nos jornais da época que mostravam a cidade em chamas. Através delas, fez uma composição utilizando somente o branco, o preto e o cinza. 

A composição está distribuída como um tríptico. O painel central é ocupado por um cavalo agonizante. O quadro reproduz em total seis seres humanos e três animais. A base do triângulo central está assinalada pelo corpo caído do guerreiro morto, um corpo desmembrado, esquartejado e que se transforma em símbolo visual da matança.

Picasso nunca deixou de colocar na parte debaixo das suas obras a assinatura e a data em que as terminou, mas em Guernica este detalhe não aparece. Talvez o autor quisesse com sua omissão expor uma dimensão atemporal à obra. 

Com esta obra, Picasso mostra um compromisso político e ideológico que reflete não somente a crueldade de um massacre concreto, mas deixa uma súplica contra a injustiça da guerra e a barbárie do fascismo e o nacional-social que invadiria a Europa mais adiante. 

Desde 1981 o quadro está instalado no Museu Reina Sofía de Madrid, pois a vontade do autor era de que ele não pisasse solo espanhol até a morte de Franco em 1975.